Você saia de uma ditadura militar retrógrada, como a brasileira, e ia para a França e convivia com toda uma variedade de coisas na política, nas formas de vida e na discussão filosófica.
A filosofia francesa, na época, era provavelmente a melhor do mundo. Eu tive a chance de assistir aulas com pensadores de primeiríssima, como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Roland Barthes...

Eu me sinto uma pessoa de sorte por essa experiência que eu tive em Paris.
Meu mestrado na França me ajudou a pensar de uma forma estruturada, e isso tem me ajudado até hoje.

Há 15 anos eu me formei como chef de cozinha e confeitaria, eu fiz o Grand diplôme do Cordon Bleu. Na França, é uma coisa meio militar, a maneira de cozinhar. Tem o chef, o sub-chef, 1º cozinheiro, 2º cozinheiro. É tudo muito organizado. Pra mim, essa rigidez foi muito importante e me preparou para hoje ter um equilíbrio entre o campeonato de piadas das cozinheiras baianas da minha mãe e a logística, organização e técnica de uma cozinha francesa.

Quando olho para trás, percebo como a bolsa do BRAFITEC foi a porta que abriu todas as outras. Aquele primeiro intercâmbio não foi apenas um capítulo isolado, mas o início de uma história que continua sendo escrita até hoje, e que sigo vivendo com gratidão e entusiasmo.

A França me marcou profundamente. Amo sua cultura, sua história, sua intelectualidade e, sobretudo, Paris — onde aprendi que se perder pelas ruas pode ser tão valioso quanto qualquer descoberta acadêmica. Tenho até um sonho declarado: quando envelhecer, vender tudo e me mudar para o quatrième, pertinho da Place des Vosges.

Foi um privilégio experienciar a qualidade acadêmica da universidade, em um ambiente extremamente internacionalizado e pluralizado. Conheci diversos outros estudantes, vindo de países e programas diferentes, e pude ampliar ainda mais minha rede internacional. Hoje, tenho alguém em cada canto do mundo!

A vivência e os estudos na França foram essenciais para ampliar meus horizontes acadêmicos, culturais e profissionais.

Meu período na França foi essencial na minha trajetória! Tanto pelo sonho realizado de se estudar no exterior, quanto a possibilidade de viver o dia a dia de outra cultura. Sem sombra de dúvidas, foi algo que chamou a atenção no meu currículo para a posição que ocupo hoje.

Fatores-chave como a excelência acadêmica e de pesquisa na França, seu polo multicultural vibrante, seu acolhimento facilitado e qualidade de vida proporcionada aos estrangeiros, além da multidisciplinaridade da grade curricular que escolhi (incluindo matérias em inglês e espanhol, além do francês) e a troca de conhecimento com os corpos docente e discente, contribuíram de maneira decisiva para a construção do meu percurso.